"De 1994 a 2002, o Brasil viveu tempos peculiares. Pagou para vender suas empresas e pagou para reeleger seu presidente. Nunca dantes na história deste país houve coisa igual. As páginas seguintes
revelam como isso aconteceu, quem levou vantagem e quem pagou a conta. E por que os brasileiros, ainda hoje, desconhecem os donos das mãos que se enfiaram em seus bolsos naqueles oito anos".
*Trecho da apresentação de "O Príncipe da Privataria", de Palmério Dória.
"“Rameira! Ponha‑se daqui para fora!”
Os gritos partem de um dos gabinetes dos senadores, ao lado da agência do Banco do Brasil, nalgum dia do primeiro trimestre de 1991.
A voz é masculina e vem acompanhada de impropérios mal distinguidos e o ruído de algum objeto a rolar pelo piso. O jornalista Rubem Azevedo Lima, experiente repórter de política, que na década anterior
havia assinado editoriais na página 2 da Folha de S. Paulo sob as iniciais R.A.L., detém‑se no interminável corredor no subsolo do Senado Federal para ouvir melhor. Identifica o gabinete como sendo o do senador
por São Paulo Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, Partido da Social Democracia Brasileira, fundado em 1988 principalmente por dissidentes do PMDB, Partido do Movimento Democrático Brasileiro".
*Trecho do capítulo 1 - senador recebe um nero: quer botar fogo no mundo - "O Príncipe da Privataria", de Palmério Dória.
Clique aqui e leia o primeiro capítulo.
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